Vamos acordar bem? Ser feliz? E sair por aí? Está um dia de sol tão bonito!

Não costumo fazer uso de palavras alheias...
Para exprimir os meus, os de outro não valem...
Devem sair de dentro
Pero, hoje, valem muito
Não venho sentido...
Sinto é muito
Para outros, inclusive, as minhas são inteligíveis
Percebe, o sentido, inteligível?
É nítido
Reverse o seu verso mal cantado
São palavras, lado a lado
É o conjunto que traz algum sentido

"É o papinho de sempre...
-Pare de pensar! Relaxe! Vá dançar! Fazer yoga! Você é tão jovem!
-Arrammm..."

E hoje nada foi mais perfeito do que o meu encontro. Aquele que esperei por dias. Sentíamos exatamente o mesmo. Trocamos. Foi de verdade. Sem expectavivas. Ele na dele. Eu na minha. Ele falava. Eu ouvia. Acho que entendi a empatia. Ele girava enquanto eu arrumava o quarto. Eu dançava, ele não ria de mim. Me viu chorar e rir ao mesmo tempo. Não tinha problema fazer papel de boba. Calmo, leve, gostoso. Ele estava sempre ali, não me deixou tensa. Voltei ao meu cd do Arcade Fire, o qual já percebi, se chama Funeral, ele sabe que vou estar sempre aqui. Ele me consola nesses momentos de solidão. Conversamos e trocamos confissões. Estamos enterrando aquilo que não gostamos em nós mesmos. Gostamos dos nossos momentos de solidão. Mas gostaríamos de ficar um pouco mais juntos. Por isso, de vez em quando, acordamos com gosto de nada, achamos, na maioria das vezes, a felicidade boba. Não entendemos essa dos outros. Já tentamos de tantas formas encontrar. Ela fica meio fluída. Já sabemos que não da de pegar, comprar, usar, vestir. É abstrata mesmo. Será que poderia ser um pouco mais duradoura? Estamos trabalhando duro. Abrimos mão de tanta coisa. Ficamos felizes de ter participado do nosso próprio funeral, juntos. E, de mãos dadas, caminhamos rumo à nossa nova vida. Ainda meio cambaleantes. A identidade da Sra. invisível que já não é tão invisível assim... No fim, não esperamos nada, porque não há o que esperar. Nem o inesperado me surpreende mais. Sim, ando sem graça. Onde está a graça? Garanto que essas músicas me deixam de bom humor...
Wake Up
"Algo encheu o meu coração com nada
Alguém me avisou para não chorar
Mas agora que estou mais velha
Meu coração está mais frio
Eu vejo que isso é uma mentira"

Comentários

Marcelo disse…
Achei um neologismo (ou será ato falho ?) de primeira qualidade no seu texto:

'Sem expectavivas'

E realmente 'Expectavivas' são muito mais interessantes do que 'expectativas', você não acha ?

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