Sofia habita universo multicolorido - seus vestidos andavam clamando...

As cores mostram que tem vida. Algumas expectativas gostam de brincar. Mesmo sem razão. Mesmo sem por que. O tom da graça está muitas vezes onde não se procura. As intensidades me cansaram, sugaram do meu ser algo que já nem sei. Andei em estado de recuperação. Foi profundo, necessário. A cada vez que sorrio sem motivo, não entendo. Ainda acho que falta uma parte. Ando encaixando os múltiplos. Andam se encontrando
Faz parte. Agora é por partes. Para mim, assim, não foi natural. Algumas pessoas me diziam: “Relaxa, você é muito tensa!” Sinceramente, eu ficava com dores no corpo tentando relaxar. Meus músculos se contraíam. Hoje em dia é mais fácil. Afasto aquilo que não gosto. Aproximo o que me faz feliz. Foi trabalho árduo. Uma espécie de desconstrução. Uma reprogramação. Era a menina de vestido vermelho. Que também usava um rosa, e algumas vezes um amarelo. Tinha um laço na cabeça e um lenço de bolinhas. Gostava de saias rodadas. Sapatilhas. Não gosta de salto alto, machucam o pé. Trajava roupas de menina, mesmo sabendo que já era uma mulher. Não tomava mais café com leite. Agora era puro. Definitivamente participava do mundo dos adultos. Principalmente quando bebia sem açúcar. Andava sorrindo. Mesmo sabendo que era ranzinza. Gostava de ser quem era. Gostava de fazer o que fazia. Apreciava seus amigos. Admirava as pessoas com quem conversava. Na adolescência, passou por uma metamorfose capilar impressionante. Foram todos os tamanhos, cortes e cores. Sabe aquelas pessoas que cortam o cabelo e pensam que mudaram de personalidade? Na fase adulta, a mesma do café, resolveu cortar. Bem curto. Sem tinta. Da cor natural. Não tinha nada mais a esconder, camuflar. Tudo bem acordar amanhã e querer ser outra pessoa. Estou feliz sendo essa que sou.

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