A torre

"De tanto medo de ficar só, a bela princesa construiu sua própria fortaleza. Era um muro de tijolos grossos, intransponível para qualquer mortal que tentasse se aproximar. Acabou anos confinada em sua torre, relacionando-se apenas com príncipes imaginários"
Terminamos tudo.
Ponto final.
Acabou aquilo que nunca começamos.
É realmente um texto desconexo.
Descontente.
Desprovido de realidade.
Eu precisava, realmente, compor uma música.
E cantar. Bem ALTO. Na frente da tua casa.
Para que escutes os meus pensametos
Pois não posso mais ouvi-los.
Atormentam por demais, tiram meu sossego.
Chorar as minhas mágoas. São muitas, sabe?
Não. Não sabes.
Dialogo muda.
Estou de luto.
Lutando contra ti.
Ordeno que saias de mim, imediatamente.
Que partas e deixes a casa vazia.
O dia amanheceu cinza.
A culpa é tua. Eu sei.
Daqui avisto apenas o verde musgo.
Curvas tortuosas, janelas fechadas e vidros estilhaçados.
Chuvas que caem na velocidade do vento que uiva.
As canções falam comigo.
Todas me avisam o que eu já sabia:
Corações são quebrados todos os dias.
Nada alivia.
Queria escrever algo poético, bonito.
Hoje não tem.
Correm secas as letras.
Sem inspiração.
Desencantou, perdeu o brilho.
Quero correr e dizer para ti quem sou.
Assim como na frase, sigo oculta para ti.
Insignifiaste, com teu poder magnânimo, minha presença.
De tua irrealidade, tirei forças para sentir-me protegida.
Aqui continuo, tenho tudo que quero.
Eu comigo mesma.
Protegida para sempre.
Machucada pelas minhas próprias idelizações.
Não te dou migalha de crédito pelo bombardeio frenético,
Cujo meu ser foi inteiramente, de súbito, submetido,
E tenta, repousante, desesperademente, recuperar-se.
Fraco, franzino, estendido, pulsa aos poucos buscando terapia.
Entender o que se passa, em certos momentos, só faz piorar.
Trata-se de um deles.
Abomino a tua ausência.
Não poder te ter comigo priva o ar que, cuidadosamente, ao longo do dia, armazeno em meus pulmões.
E já estava aprendendo a respirar.
Decreto para meus sonhos, nunca mais pises na casa que venho construindo.
O suor que derramei é só meu, de mais ninguém

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