O mundo é claro demais para mim, sendo assim, no escuro vivo, afirma Sofia

Andei por aí
Conheci lugares, pessoas
Flutuei como se jamais fosse voltar para a realidade
Talvez naqueles momentos vontade alguma tivesse
Agora borbulho
Por dentro, fora, laterais
Do avesso
Por todos os lados
Ando cheirando a hipocrisia dos outros
Sentada em montes de falsidade
Compactadas como montanhas de lixo
Atulham-se cada vez mais
Emburrecendo cabeças
Esvaziando mentes
Embrutecendo corações
Desacreditando paixões
Despejadas por bonitos que jamais fazem sua lição de casa
E na minha cara vem gritar
Paranóicos todos somos
Admitir talvez seja o único remédio
Não sou a droga de ninguém
Disponível não estou mais
Momentos crítico de limpar armários e gavetas
Jogar fora o que é velho
Mofado, embolorado
Não cabe, não serve
Sirvo em um outro momento
Outro contexto
Acredito em contra-coisas
Não digo para convencer
Gostaria de compartilhar
O mundo já anda tão pequeno
Os choques abrutalham
Roubam forças
Paralisam
Sacrificam
Propostas do novo
Não de novo
De novo não
Não posso dar a mão
Antes de ver a minha própria
Fora desse círculo
Fantasiado pela minha própria ação imaginativa
Visto de longe é imenso
De dentro, uma minúscula prisão perpétua
Só eu tenho a chave
Se por ventura
Precisares descontar tuas amarguras
Suba no lugar mais alto que encontrares
E urres do fundo da tua alma desolada
Se necessário for, vasculhe minhas memórias
Isso não me atormenta
Por favor
Não me dirijas a palavra
Deixe-me em paz
Polidamente peço
Aprendi ao longo de percurso
A não fazer uso do desagradável tom agudo
Que fere os ouvidos e desestrutura o coração
Ando em outra
Vida
É minha
Apesar de escapar-me
Como areia fina, escorrendo pelos vãos dos dedos
O dia que eu te deixar
Ela será sólida
Minha
Tenho medo
Sou sincera
Quase perco os sentidos
De viver com fantasmas
Mesmo já tendo o real que sempre sonhei
Mato o que amo todos os dias
Porque tenho medo de pegar
Mesmo pegando
Mesmo vivendo
Mesmo sentindo
Não me desapego do sofrimento
Ele me habita
Faz parte de mim
Se eu te largar, largo parte de mim
Mesmo sabendo que não existes
Desmaio
De viver a minha vida
De saber que sou feliz
Que tenho o que quero
Consegui
Posso dizer que venci
E agora?
Posso te deixar ir embora?
Quem vai me dar a mão?
Posso secar minhas lágrimas?
Se eu cair, quem vai me segurar?
Posso arrancar a última segurança imaginária
Para mergulhar de cabeça em sensações reais?
Elas existem?
Alguém sabe?
Posso pular?
Uma última questão,
Os olhos, abertos ou fechados?

Comentários

Unknown disse…
Sofía,

estarei te processando por uso fruto da imagem alheia. Estarei entrando em contato com seu adivogado, para estarmos fazendo um acordo sobre a quantia em dinheiro de minha indenização.

rs

Guria,

não adianta fechar a persiana do quarto, a tônha logo vai checar e abrir, e com ela entrar toda claridade do mundo. :)

Obrigada por tudo, pela força, pela companhia, pela aprendizagem, por ser real, apesar de tão magrinha quase sumir...

Um beijo grande no coração, muita alegria... ok, ok, era só pra irritar...

Um beijo grande, acredito muito em ti, no teu trabalho incrível, e você irá me visitar na fazendo com meus montes de filhos quando precisar fugir do mundo.

Te amo.
Unknown disse…
"...Ando cheirando a hipocrisia dos outros..."


esqueceu-se do cheiro do ralo.

e do inconveniente pum da vênus.
Priscilla disse…
O melhor é que vc tem uma Mari por perto!

Isso não é mesmo incrível???
bjs

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