Segue ação imaginativa II

Leu muita literatura para entender que a resposta não estava em livro nenhum. Gostava de questionar, o porquê sim, simples, não lhe bastava. O simplório era pros outros. Encontrada a resposta, apaziguados estariam os demônios interiores. Eram grandes, gordos e muitos. Falavam alto, mais do que podia ouvir, assustavam. Lutavam queda de braço e no muito das vezes ganhavam. Gravetos contra o mundo, se esvaiam, não tinham força. Contrária ao tom alto. Sem perceber assim o fazia. Reproduzia sem entender algo que aprendera distante, além.
Percorreu livros. Acordar uma barata. Trilhou labirintos estranhos. Melhor dizendo, inseto, algo que ninguém nem em palavras sabia dizer. Palavras não expressam sentimentos, esses são para serem sentidos. Não gostava. Algo que não cabia em si. Pequena gigantemente desproporcional. Grande, encolhida num canto. Alguém que não se encaixava. Era ela o inseto. Conceitualmente, a idéia do idioma não lhe agradava. Demasiada teoria para pouca prática comportar. Vivemos agrupados falando as mesmas palavras, mas no muito das vezes não nos entendemos. Falo sempre pras paredes. Alguém me entende? Algo é mais legítimo do que acreditamos sentir no momento em que experimentamos a sensação?
Acordar e ser processado por algum crime que não se cometeu? Aceitar as regras do jogo é dançar conforme a música. Carregamos o peso que nos propomos a levar ao longo do percurso. Qual é o limite de um sentimento avassalador? Quando a linha tênue entre realidade e fantasia já não se mescla ao ponto de parecer uma única substância? Até que ponto podemos nos deixar levar, brincar e ser livres?
Queria a poesia. Buscava respostas. Escondia seu medo. Silêncio. Sem ruídos, por favor. Tinha insônia. Não acordem. Está dormindo.

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