De tão intensa, perdeu a paciência

Queria intensidade
Vivia como no último capítulo de uma novela
Pra ela as coisas tinham que acontecer rápido
Era o antes e o depois, esquecia-se que para os outros existia o durante
Acostumou-se assim, viveu assim
Era o seu tempo, não sabia que para outros, a concepção era diferente
Gosto de seus textos, parecem colagens
Pra ela era assim, a vida
Meio difusa
É do jeito que as coisas se dão
Às vezes falam e não escuto
Porque habito um universo paralelo
Muito insano, só meu
E quando querem fazer parte
Não deixo
Perco-me nas elucubrações
Esqueço de ver quem é real
Procurando o verdadeiramente real
Ninguém nunca está comigo
Nem eu
Afasto quem gosto porque tenho medo
Habito ilusões
Desacostumada a vida real
Não acredito na minha
Se eu tivesse tocado nos Beatles
Eles teriam acabado
Antes do fim
Porque pra algo ser real é preciso
Além de acreditar e querer
Fazer algo por esse ideal
Tenho a incrível capacidade de terminar
Com alguma coisa antes de ela existir
Pelo simples medo de ela se tornar real
Volto pro mundo imaginário
Pro conhecido
Pro confortável
Pro estacionado
O que busca, afinal, é sentir alguma emoção
No seu novo ser, perdeu os parâmetros
Confusa, sente-se morna, sem graça, desabitada

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