Tic Tac II

Hoje quero acreditar no Renato Russo: não foi tempo perdido, somos tão jovens.
Estou velha, no limite da decrepitude.
O tempo se vai esvaindo, já não há tempo para nada.
Ele passa, causando as horas, os dias.
Não há concentração para o que preciso: sobra para o que não se precisa e não é preciso.
Ele me corta ao meio, me deixa exposta, como uma fruta virada do avesso.
Fico ali, escancarada.
Mas você ainda está verde, é isso?
Não, madura demais, quase podre.

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