O rei do seu próprio reino

Todas as semanas ele juntava um amontoado de pessoas em seu apartamento. As “festas” eram apenas uma desculpa para poder fazer aquilo de que mais gostava: falar. Nos andares de baixo ecoava apenas uma voz: a dele.
De vez em quando, escutava-se um par de saltos caminhando nervosos. Silêncios breves eram interrompidos por uníssonas gargalhadas femininas. Certamente ele havia contado uma piada.
Estava, ali, a família reunida. Num lindo domingo de sol. Crianças correndo, brincando, gritando. Chorando e rindo ao mesmo tempo. Crianças. Gargalhadas ao fundo. Exalava do corredor um cheiro de comida meio frita, meio assada: jamais saberemos. Tudo isso vinha lá de cima. Num lindo domingo de sol, dia em que ele foi coroado o rei da oratória.

Comentários

Dismael Sagás disse…
O Édson (aquele da nossa sala) tá morando em São Paulo?
O rei da oratória só pode ser ele!

Parabéns pelos textos!
Os leio assiduamente!

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