Dos diálogos do menino e sua avó

Caminhando por ali, quase que por acaso, Sofia adentrou em uma exposição de fotos.
Observava, uma a uma, as imagens bem dispostas na parede. Tentava decifrar aquilo que o silêncio lhe dizia. Tantas vezes achara que ninguém a entendia, que não lhe tinham nada a dizer. Era ela que não estava disposta a escutar. Perdia-se por entre as imagens, quando percebeu que um menino perguntava a sua avó:

- Porque o moço está na frente do tanque?

- Ele está querendo mostrar que algumas coisas não estão certas.

- E é certo ele ficar na frente do tanque?

- Às vezes, temos que usar formas incomuns para mostrar o que é certo e o que é errado. Foram as pessoas que inventaram o certo e o errado.

- Vó! Então as pessoas podem inventar o seu certo?

- Depende da situação. Não devemos inventar coisas que atrapalhem as outras pessoas.

- Mas vó... O moço está atrapalhando o tanque! Ele não está com medo de ser atropelado, vó?

- Deve estar, com muito medo.

- E porque ele não vai embora?

- Quando temos muito medo, olhamos para ele e tentamos descobrir o que é. Então, quando descobrimos, ele fica bem pequenininho.

- Ah! Entendi! Então ele enxerga o tanque bem pequenininho!

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