O desassossego do sono

Os olhos marearam. Seguiam o ritmo que seu estômago lhe havia imposto há alguns meses, ou talvez anos, já nem sabia.
Talvez fosse o fim no começo. Talvez o começo do fim.
Uma máquina datilografava em sua cabeça, tecla após tecla, em altos ruídos, uma formação incontínua de textos, impedindo-a de dormir, noite após noite.
Enquanto seus olhos vítreos devoravam o escuro do teto, dentro dela corroíam indigestas linhas impublicáveis; pairava ao seu lado o suspiro profundo que jamais ousara atingir, nem em suas melhores noites de sono.

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