Descoberta, debaixo das cobertas

Haviam adentrado seu muro de concreto. Sem força, sem pesar. Cedera passagem ao pedido de licença. A explosão vinha da certa segurança que existia em si, seguida da que sentia nele. Era sem medo, sem vergonha. O silêncio falava em suas lacunas, preenchendo-os. O apagar das luzes transporta a configuração real do quarto para outra dimensão. Suas respirações cantavam uma dança ritmada, ao tratarem de cair num sono quase profundo.
Experimentando o calor que me sossega, ouço um sorriso fluido no ar. Segura estou que já estás a sonhar; tua conexão com a irrealidade se faz nos segundos em que minha cabeça pensa em recostar-se no travesseiro. Sinto teus braços enrolaram-se com força no meu corpo já quase adormecido. Surpreendida por tua voz sonhosa, acabo descortinada por alguém que me olha e me enxerga: “Eu te vejo, mesmo de olhos fechados”. Venceste minhas armas, sem lutar.

Comentários

Anônimo disse…
Sim, provavelmente por isso e

Postagens mais visitadas