Sofia encontra-se no lustre

- Cuida de mim. Eu gosto tanto de você. Eu preciso de você.

Deitada no chão, suas costas eram tão magras que sentia os ossos batendo no cimento, doíam-lhe, sempre. Fitava o lustre que emanava uma luz amarela, incomodando-lhe as vistas. Era quase hipnótico. “Se esse troço cair em cima de mim agora, não vou me importar”. Era isso que pensava enquanto alongava suas já longas pernas. A calça justa denunciava o fêmur saltado. A cor preta contrastava com o tom branco da pele, deixando-a com ares de enferma. “Se cair na minha cabeça, só não quero sentir. Será que sente?”.

- As pessoas não precisam umas das outras.
- Mas, por favor, deixe eu subir. Não quero ficar sozinho.
- Quero dormir sozinha.
- Como alguém prefere dormir sozinha a acompanhada?
- Algumas pessoas escolhem.

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