Farelos

É um pedaço de mim.
Sem explicação ele se fecha.
Fazendo tudo ao redor parecer mais feio, sem graça, sem luz.
O tempo fica sempre muito, muito lento.
Nas temperaturas escaldantes, só sinto a neve cair e congelar meus ossos.
Qualquer desgraça pode acontecer.
Não sou imune, a nada.
Nem a vírus, nem aos outros, nem a mim.
Exponho-me.
Meu corpo fica aberto.
Vira lar de tudo aquilo de estranho que ronda ao redor.
De toda aquela coisa que eu nem sei, não entendo, do que fujo e me escondo.
Torno-me pequena, acanhada de ti, de mim, de um ser que não sou eu.
Viro alguém que me habita e me controla, sem que nada eu possa fazer.
Há algo sempre fazendo pouco de mim.
E eu não sei o que é.
É um pedaço de mim.

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